By JCM Team on Tuesday, 01 January 2013
Category: January

Perfil da Indústria Brasileira no Brasil

Desde 2005 utilizando a ferramenta e acompanhando o crescimento dos usuários (comunidade) do CMS Joomla, no Brasil, resolvi obter um panorama da "indústria joomleira" a partir do convite recebido para atuar como curador da Sala 3 – Conteúdo, SEO e Mídias Sociais no Joomla! Day Brasil 2012 (JDBR12). Realizei uma pesquisa exploratória e semi-estruturada para identificar o cenário tupiniquim em torno da ferramenta. Até então não existia qualquer dado que pudesse revelar o perfil dos usuários e/ou nortear estratégias mercadológicas.

Por Rogério Costa | @matofino

Em um cenário onde 40% das empresas brasileiras não possuem site, mas pretendem criar nos próximo 12 meses (CGI/CETIC, out/2011-jan/12) e o marketing digital ganha força, resta saber: a "indústria joomleira" está preparada para atender este mercado?

Desde 2005 utilizando a ferramenta e acompanhando o crescimento dos usuários (comunidade) do CMS Joomla, no Brasil, resolvi obter um panorama da "indústria joomleira" a partir do convite recebido para atuar como curador da Sala 3 – Conteúdo, SEO e Mídias Sociais no Joomla! Day Brasil 2012 (JDBR12). Realizei uma pesquisa exploratória e semi-estruturada para identificar o cenário tupiniquim em torno da ferramenta. Até então não existia qualquer dado que pudesse revelar o perfil dos usuários e/ou nortear estratégias mercadológicas.

A pesquisa

O objetivo era mapear o perfil da "indústria joomleira" no Brasil e apresentar os resultados no JDBR12. Ao todo foram 170 entrevistas respondidas em 21 estados brasileiros. A pesquisa foi realizada nos meses de Janeiro e Fevereiro de 2012.

Os resultados

Com relação a experiência e profissionalização dos entrevistados que utilizam o CMS de forma profissional, revelou-se que:

Quanto da prestação de serviços seja para criação de sites, suporte, consultorias e afins:

A atuação profissional da "indústria joomleira" no Brasil ainda pode ser considerada informal. Os dados mostram que muitos usuários aprendem a utilizar a ferramenta de forma auto didata e poucos investem no conhecimento técnico complementar ou mesmo na gestão de projetos, conforme dados abaixo:

As três principais profissões exercidas pelos entrevistados antes de começar a utilizar o CMS Joomla são: TI (30%), Design (28%) e Programação (26%). Áreas com ênfase em desenvolvimento de sistemas web, experiência do usuário e planejamento somam apenas 28% entre o total de entrevistados.

É por isso que estimulamos os alunos pensarem, arquitetarem o site. Não basta apenas conhecer a ferramenta. Não se pode decorar uma casa sem que a estrutura tenha comtemplado a tubulação e ferragens necessárias. Precisamos resolver problemas de marketing e ir além da publicidade.

A pesquisa também mostrou que muitas empresas, na maioria agências, investem em cursos de Joomla para que os funcionários possam ganhar tempo e produtividade no aprendizado podendo assim desenvolver os projetos da empresa.

Com relação aos canais preferidos para busca de informações e relacionamento, há quem diga que "precisamos de mais sites com qualidade e estratégia porque já viu muitos projetos nascerem e morrem por conta de brigas, ego, e claro, falta de estratégia" como afirma J.T., mas a pesquisa revela que o site oficial (joomla.org), Twitter, buscador Google e Fórum Oficial são as quatro opções mais utilizadas pela comunidade. Em relação aos eventos, 47% dos entrevistados afirmam frequentar eventos como Joomla! Day.

Mas como "nem tudo são flores", se considerarmos as médias do mercado digital brasileiro, os preços praticados por 70% dos entrevistados sobre desenvolvimento de projetos em Joomla ainda é um problema. Aliás, 40% destes 70% - que cobram até R$ 3.000,00 por projeto - indicam o preço como um problema na hora da venda e dizem que o mercado está "prostituído" por conta dos preços baixos. Um paradoxo, talvez?

Por fim, quando o assunto é criação, 84% dos entrevistados afirmaram utilizar templates (layout) prontos comprados em clubes como Gavick, YooTheme e Joomlart. Mas segundo o entrevistado A.W., tem muita gente que não faz absolutamente nada e não tem coragem de abrir o código fonte para corrigir um bug e/ou mandar um path para o desenvolvedor e ainda reclama que não tem o componente tropicalizado e por fim se mostra insatisfeito quando o componente se torna pago.

A pesquisa também mostrou a necessidade da busca por qualificação profissional, carência de estratégia mercadológica, oportunidade de trabalho para quem detém o conhecimento, união entre os usuários da ferramenta e foco absoluto no desenvolvimento e evolução de soluções que elevem o nível não só da "indústria joomleira" mas também do mercado digital brasileiro como um todo.

Qual sua opinião?

Este texto foi originalmente publicado no site do pesquisador.

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